José Mourinho foi desafiado pela Fifa.com a falar sobre os melhores jogadores que treinou, os troféus que conquistou, o futebol atual, a Premier League e também sobre a ligação de Portugal ao futebol. Numa entrevista publicada esta sexta-feira, o treinador português respondeu a 11 perguntas sobre vários temas.

Mourinho pronunciou-se sobre os prémios do organismo que tutela o futebol a nível internacional, cuja cerimónia está agendada para a próxima segunda-feira, 9 de janeiro. Recorde-se que o técnico do Manchester United venceu em 2010 o prémio de melhor treinador do ano. Uma distinção que agradeceu, mas que relativizou, até porque disse não ser «grande fã de prémios individuais».

«Foi uma grande honra, especialmente porque fica na história como o primeiro prémio da FIFA para um treinador. Contudo, devo dizer que sou um homem de equipa e 2010 não foi, para mim, o ano do meu prémio. Foi o ano do triplete do Inter», apontou.

Neste ano, Zidane, Claudio Ranieri e Fernando Santos concorrem para o prémio de melhor treinador do ano. Para Mourinho, qualquer um merece o prémio, pois todos ganharam troféus importantes. «Sou amigo de todos eles, fico feliz com qualquer desfecho.»

Sobre as características da Premier League e do futebol inglês, o treinador do Manchester United resume tudo a uma qualidade: «paixão.» Considera que os adeptos esperam isso dos jogadores e dos treinadores, que estejam «apaixonados pelo seu trabalho».

Portugal. País com 10 milhões de habitantes, tem uma história rica no futebol. É campeão europeu, tem alguns dos melhores jogadores e treinadores do futebol mundial. Mourinho diz que é realmente «difícil de acreditar», mas arriscou numa explicação para o sucesso: «Eusébio, Luís Figo, Cristiano Ronaldo, e eu próprio ganhámos troféus de excelência, e talvez o Fernando Santos também venha a ganhar. Benfica e Porto ganharam títulos europeus e Portugal ganhou o Europeu. Um pequeno país com vista para o Atlântico, é incrível. A nossa paixão é provavelmente o nosso segredo.»

Mourinho foi ainda desafiado a eleger o melhor 11 de jogadores que treinou ao longo da carreira, repto que recusou antes de justificar. «Sempre me recusei a dar e assim vou continuar. São tantos jogadores que deram o sangue e a alma quando jogaram comigo... como posso escolher uns e esquecer outros? Vítor Baía, Petr Cech, Júlio Cesar… como posso escolher só um? Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Marco Materazzi, Lúcio, Walter Samuel, John Terry… como posso escolher um? Michael Essien, Wesley Sneijder, Nemanja Matic, Costinha, Maniche, Xabi Alonso, Frank Lampard… como posso escolher um?

Sobre o vídeo-árbitro, Mourinho não teve dúvidas em apontar que é um caminho inevitável para o futebol: «Todos precisamos disso. Os profissionais não podem perder ou ganhar jogos e títulos por causa da recusa em evoluir. Patrocinadores, donos e investidores devem sentir que a tecnologia está presente. Além disso, os árbitros precisam e merecem proteção. Precisam que a tecnologia os ajude, os proteja e os apoie.»